29 junho 2006

Aliados

A foto de Carlos Romão denuncia o cinzentismo da nova avenida, capaz de ferir os olhos de muitos e agradar ao sentido estético de outros. É este binómio que tem gerado uma onda de polémica que nem sequer é exclusiva dos blogs. Admito como saudável esta discussão – pelo menos, sempre que há condições para as duas partes esgrimirem argumentos -, mas incomoda-me a exclusividade das premissas. Tanto quanto a estética (e há por aqui uma componente de arte nem sempre bem compreendida), relevo a importância da função: agora, como antes, a Avenida dos Aliados está vocacionada para o trânsito, seja de peões seja de veículos…

Este é, quanto a mim, o erro maior da avenida. Um dia, alguém com poderes para mudar, vai concluir que o coração da cidade deve ser despoluído – leia-se, sem os gases expelidos pelos veículos automóveis -, e saudavelmente ocupado por actividades exclusivamente destinadas aos cidadãos. Esplanadas, restaurantes, zonas de passeio, música, exposições, teatro… o que quer se seja que faça com que as pessoas apanhem o Metro até à Avenida onde terão motivos para passar horas. É assim que se tratam espaços como estes noutras grandes cidades, é tempo de começarmos também a fazer algo de bom pela qualidade de vida na cidade de que desfrutamos.

Será que ideias como não merecem discussão?

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