12 novembro 2007

Os cinemas que deixaram de ser

“Centro da cidade volta a ter cinema

Com a abertura do Porto Gran Plaza, a Baixa do Porto volta a ter cinemas. As seis salas incluídas no projecto levado a cabo pelo grupo Martifer serão mesmo das poucas a passar filmes na cidade. Além do Gran Plaza, o Porto só tem cinemas em mais dois centros comerciais Dolce Vita (Antas) e Cidade do Porto (Boavista), sendo que estas últimas salas estão em vias de fechar no princípio do próximo ano, segundo noticiou, ontem, o Público.”


Isto foi escrito no JN no dia 4, de acordo com as expectativas criadas quando do anúncio de um projecto que a Câmara do Porto qualificou de exemplar, porque ajudaria a incentivar as pessoas a permanecer na cidade.
Dias depois, o JN foi obrigado a emendar:

“O novo centro comercial da Baixa do Porto, afinal, não vai ter cinemas. Simão Cruz, da Martifer, empresa gestora do projecto, explicou, ao JN, que a ideia de instalar salas de cinema surgiu numa fase inicial, mas que foi abandonada, em favor da implantação de um health-club do grupo Virgin. Assim, o centro da cidade do Porto continuará a não ter salas de cinema, ao contrário do que foi noticiado pelo JN no passado domingo, após informações recolhidas junto da empresa que está a fazer assessoria à inauguração do Porto Gran Plaza e conforme tinha sido revelado aquando dos anúncios iniciais da realização do projecto”.

Que disse a Câmara, entretanto? Nada. Entre o anúncio do projecto e a inauguração da obra desapareceram os cinemas, uma das razões apresentadas pela CMP para permitir a construção de um centro comercial do outro lado da rua de um outro já existente. É assim que esta cidade é (des)governada...

1 comentário:

Anónimo disse...

Ryanair quer ter uma base para os seus aviões no aeroporto do Porto

O aeroporto do Porto arrisca perder a oportunidade de conseguir atrair, nos próximos sete anos, quatro milhões de passageiros da Ryanair. Tudo porque a ANA (empresa que faz a gestão dos aeroportos) não se tem mostrado receptiva a fazer algumas cedências que permitam a criação de uma base daquela companhia aérea de baixo custo no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. A possibilidade de o Norte estar a "desperdiçar" uma oportunidade de desenvolvimento está a indignar políticos e empresários. O PSD/Porto vai pedir esclarecimentos ao Ministério das Obras Públicas "por suspeita de favorecimento do aeroporto de Lisboa".

Depois de o presidente da Ryanair, Michael O'Leary, ter vindo a público acusar a empresa de estar a travar o crescimento do aeroporto do Porto, a ANA repudiou as declarações, numa nota de Imprensa, na qual dá a entender que em causa está a necessidade de dar as mesmas condições a todas as companhias.



Direitos iguais para todos

Para criar uma base, que implica espaço para escritórios e possibilidade dos aviões pernoitarem no Porto, a Ryanair pede um desconto de quatro euros por passageiro embarcado nas taxas cobradas pelo aeroporto do Porto. Em contrapartida, segundo documentos que o JN teve acesso, garante 1,5 milhões de passageiros no primeiro ano, e um crescimento sucessivo de meio milhão de passageiros até 2015. Além de cerca de 200 empregos directos.

"A ANA deseja mesmo muito que aquela companhia instale uma base de operações no Aeroporto Sá Carneiro, estando disponível para criar condições àquela empresa que possam ser legalmente suportadas e proporcionadas a qualquer outra companhia", refere a empresa, garantindo que actuará sempre "numa base de igual tratamento a todas as companhias áreas".

Mas o argumento não convence. "Por que é que a ANA não oferece o mesmo desconto nas taxas a qualquer companhia que garanta quatro milhões de passageiros nos próximos anos?", questiona Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), que foi contactado pela direcção da Ryanair para interceder junto da ANA.



Críticas à posição da ANA

"É mesmo uma posição de Estado. Se o aeroporto fosse privado isto não acontecia", refere Couto dos Santos, vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), acusando a ANA de estar a querer proteger o "monopólio" da TAP. "É muito estranho. Não aceitaremos decisões de parcialidade regional ", acrescenta Marco António Costa, dando conta de que, caso os esclarecimentos do Governo não cheguem ou sejam insuficientes, o PSD vai chamar o presidente da ANA e da Ryanair à Assembleia da República para se perceber o que se está a passar.

A decisão da ANA terá de ser tomada até ao final do ano, caso contrário a Ryanair escolherá outra cidade para localizar a base. Valência, Bristol, Belfast são hipóteses já avançadas, mas há dez localizações na corrida. Algumas podem servir de alternativa ao Porto e até vir a prejudicar o desempenho do Sá Carneiro.

"Há aqui quatro milhões de passageiros à mão de semear. Temo que isto possa servir de motor para o investimento na requalificação do aeroporto de Vigo", alerta Rui Moreira.



Desconto nas taxas

Para criar uma base no aeroporto Francisco Sá Carneiro, a Ryanair pede um desconto de quatro euros por passageiro embarcado (inclui viagens de ida e volta), verba a deduzir no valor total das taxas que o aeroporto cobra à companhia aérea de baixo custo.



Espaço para escritórios e pernoita de aviões

A base da Ryanair implica a disponibilização de espaço para escritórios no aeroporto, bem como a possibilidade de os aviões pernoitarem no Sá Carneiro, com tripulação e pessoal de manutenção das aeronaves.



Aumento de meio milhão de passageiros por ano

Com uma base no aeroporto do Porto, a Ryanair garante 1,5 milhões de passageiros ao fim de um ano de funcionamento e um crescimento sucessivo, durante sete anos, de meio milhão de passageiros anuais. Estima-se que cada cliente da low cost gaste nas imediações do aeroporto entre 125 a 150 euros. O acordo tem de durar pelo menos dez anos, estabelece a companhia aérea.



Emprego a 200 pessoas

Duzentos empregos directos são garantidos pela Ryanair com a instalação da base no Porto.

In JN